Exatamente quatro anos! Quatro longos anos sem um mínimo de contato, quando, subitamente decide reaparecer. São inúmeros os questionamentos que surgem em minha mente: Por quê? Pra quê? Como?... E a necessidade de estruturar um lead se fortalece a cada tentativa desesperada de compreender o fato. As informações, entretanto, são mínimas, restando-me somente esperar. Esperar o próximo final de semana, esperar o próximo ano, esperar o decorrer dos fatos como em uma novela. Sim, às vezes parece uma novela na qual o “vilão” decide voltar e atormentar a vida daqueles que a muito custo conseguiram reestruturar-se.

Pergunto-me se talvez não tenha descoberto o que aconteceu no Natal, quando não contive as lágrimas ao ver fotos de um passado do qual sinto falta. Ah, e como faz falta! Como sinto saudade das ceias natalinas, dos amigos da rua, da troca de presentes, da família reunida... É bem verdade que tudo ainda permanece em meus Natais, em um ambiente diferente e com pessoas diferentes, mas também muito queridas. O que machuca em tudo isso é a forma como aquela realidade foi tirada de mim, ou melhor, arrancada, e por isso as consequências repercutem até hoje em minha vida.

Não tenho certeza se quero esse reencontro. Não tenho certeza se estou preparada. Durante muito tempo imaginei como seria e agora, diante da possibilidade, não sei como agir ou o que dizer. As palavras, os discursos simplesmente sumiram...ou quase. Tem coisas na vida realmente engraçadas. São surpreendentes. Por mais que haja uma certa lógica nelas, não se vê sentido algum. Esse pensamento transpassa minha mente a todo instante, afinal, qual o sentido dessa volta? Teria um lado positivo? Espero que sim...

Foto: Stephan Georg Hauptmann