Torcida brasileira na Copa do Mundo de 2014 (Foto: Léo Barrilari)
Torcida brasileira na Copa do Mundo de 2014 (Foto: Léo Barrilari)

Há alguns dias iniciou um dos eventos mais discutidos nos últimos anos. Finalmente o Brasil seria sede da Copa do Mundo, recebendo turistas de diversas nacionalidades e aproximando um pouco os brasileiros de uma de suas grande paixões: o futebol. Após 64 anos, a seleção brasileira novamente atuaria em casa perto dos seus. Que honra! A ideia era fazer uma grande festa que envolvesse a cada um dos presentes e, como tradição, despertasse o ufanismo temporário nos corações brasileiros.

Tudo seria perfeito se não fossem os problemas relacionados ao grande evento. No final das contas, a festa não seria para todos e muitas injustiças padrão Fifa foram contabilizadas. Manifestações explodiram em 2013, durante o ensaio da Copa, reivindicando mudanças urgentes no país e ganhando o destaque internacional. Mas a Copa das Confederações não é a Copa do Mundo e, como bem previam alguns críticos, os manifestantes diminuíram e perderam força para dar espaço aos canarinhos.

- É curioso - disse Mr. Hilbery, concordando com a filha - como a vista do entusiasmo dos amigos sempre deixa a gente fria. Os entusiastas revelam os pontos fracos de uma causa mais claramente que os antagonistas. Uma pessoa pode estar entusiasmada por um estudo; pois basta entrar em contato com gente que pensa da mesma maneira para tirar todo o fascínio da coisa. (Virgínia Woolf. Noite e Dia)

Eu mesma fui uma das pessoas que marcaram presença nas manifestações do ano passado e agora foram atraídas pelos jogos da seleção ou pelo evento, de modo geral. Embora no início não tenha curtido o clima futebolístico e perdido a paciência com as excessivas propagandas relacionadas à Copa, uma análise do pensamento presente nos manifestantes próximos a mim amornou minha vontade de ser um deles. E assim, permiti-me aproveitar o momento com o qual tanto sonhei quando mais nova.

Tenho acompanhado, torcido e aprendido bastante sobre o esporte, de modo que, aos poucos, vou deixando minha ignorância futebolística para ingressar no nível iniciante. Não tenho vergonha, nem me sinto alienada ou uma pseudo-ufanista. Meu nacionalismo nunca dependeu de um jogo de futebol, quanto a isso estou tranquila. Lamento por não trabalhar em um dos meios de comunicação para participar da cobertura da Copa, mas, mesmo assim, estarei na festa, aproveitando o turbilhão cultural que veio para o Brasil.