Emma: um cupido na literatura inglesa


Quem nunca acreditou em algum momento que duas pessoas formariam um lindo par e tomou para si a tarefa de unir os corações? Ser o cupido de alguém pode tornar-se extremamente prazeroso, principalmente quando a empreitada é bem-sucedida. Este foi o caso de Emma Woodhouse, protagonista do romance Emma (1815) da escritora inglesa Jane Austen.

Após ver seu trabalho dar frutos no matrimônio de sua antiga governanta, srta. Taylor, a mulher de origem nobre encorajou-se a usar sua influência na sociedade para manipular corações e arranjar casamentos. Assim, teve em Harriet Smith sua principal vítima. O que Emma não esperava, entretanto, é que suas ações pudessem colocar seus próprios interesses em cheque.

Harriet é uma garota de 17 anos dotada de certa beleza, mas pouca inteligência. Ao encontrá-la pela primeira vez, Emma dedica-lhe atenção e amizade com o objetivo de aperfeiçoar essas qualidades e arranjar um casamento adequado para que ela integrasse o grupo correto da sociedade. Mas as origens desconhecidas da srta Smith mostram-se um grande empecilho aos olhos dos cavalheiros.

A autora denuncia ao longo da narrativa uma sociedade extremamente preconceituosa, ironizando a postura de alguns personagens ao colocar a busca cega pela fama e boa colocação. Esta é, inclusive, uma das principais características de Jane Austen, sendo presente também em outros clássicos como Razão e Sensibilidade (1811) e Orgulho e Preconceito (1813).

Outra importante característica da obra é a descrição da vida desocupada que as mulheres ricas levavam naquele tempo. Emma, por não preocupar-se com questões financeiras, tem poucas companhias da sua idade, além de poucas ocupações que a interessassem, podendo ser considerada vazia e fútil, embora dotada de considerável inteligência.

Assim como outras obras da autora, Emma recebeu várias adaptações para o cinema, sendo as principais: As Patricinhas de Bevely Hills (1995), na qual a atriz Amy Heckerling interpretou a protagonista; Emma (1996) estrelado por Gwyneth Paltrow e Aisha (2010), versão indiana estrelada por Sonam Kapoor.