Cine Diogo e atual Shopping Diogo. Foto: Google
Ah, Cine Diogo! Quem diria que tuas salas seriam derrubadas para dar espaço às lojas atuais? O que antes era um espaço para confraternização e encontro de amigos, hoje sequer tem bancos para um possível descanso dos frequentadores. Mas seriam estes realmente frequentadores? Um público fiel interessado em aproveitar seu espaço? Creio que não.
Ao fechar os olhos consigo visualizar o antigo cinema com sua arquitetura da década de 1940, mesmo sem nunca ter estado lá. O cheiro da pipoca, os casais flertando, a alegria das crianças. As filas formadas por pessoas animadas com a estreia de alguma franquia. O burburinho ansioso, as risadas, os lanterninhas. Tudo substituído por visitantes de passagem.
Da época, somente a faixada foi preservada e ficou para contar as histórias que presenciou. Histórias diversas, mas que não são ouvidas e se perdem no meio dos corredores, das lojas, da pressa diária. Passam despercebidas à procura de alguém que as escute. O tempo, entretanto não permite, de modo que o antigo cinema vai sendo esquecido aos pouquinhos, tornando-se apenas uma lembrança distante dos mais antigos moradores.
Mas a vida é assim. Tudo se transforma para se adaptar a uma nova realidade. O Centro deixou ser o lugar de lazer para ganhar o valor comercial, e como consequência, o tradicional cinema fechou suas portas, dando origem ao shopping. E às novas gerações restaram apenas as memórias de quem viveu e aproveitou o auge do Cine Diogo.
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